O ÍDOLO E O EXECUTIVO

Ser craque, ser apaixonado pelo que faz, ser sério e profissional, entre outros, são atributos do ídolo. Porém a aptidão esportiva se faz necessária para que o atleta possa atingir a plenitude de sua paixão, para poder desenvolver a modalidade esportiva escolhida.
Em alguns casos o esporte escolhe o atleta e aí junta-se a paixão e a aptidão, essa união forma o ídolo. Ivan Brondi foi uma dessas felizes coincidências em que escolheu e foi escolhido pelo futebol. Quiz a sorte que esse atleta viesse desenvolver todo seu potencial no Náutico.
Recebemos um atleta de qualidade invejada por muitos e igualada por poucos, mas melhor que tudo isso é que junto com esse fabuloso atleta recebemos um belo cidadão e um alvirrubro de primeira ordem. Ivan ajudou o CNC dentro e fora de campo, como atleta dispensa comentários e foras das quatro linhas colaborou com nosso Náutico exercendo diversos cargos, sempre com seriedade e dedicação. Ajudou a base e cooperou para tornar o nosso CT uma realidade. Como odontólogo, dos bons, atendeu e atende gratuitamente muitos dos nossos jogadores. Mas Ivan foi presidente do CNC, e nesse campo não pode fazer tudo que o clube precisava.
É preciso entender que esse cargo exige muito do ocupante. Exige, além de um enorme esforço pessoal, o desprendimento, a renúncia das coisas mais simples e tira de nós o convívio com o que temos de mais importante, nossa família. Ivan fez tudo isso.
Esse cargo não pode ser exercido, apenas, pelo presidente. Precisa, necessariamente, da ajuda de todos os envolvidos, diretores, associados, conselheiros e torcedores. Ao presidente cabe à condução dos esforços de todos em benefício do bem comum, o bem do Náutico. Infelizmente Ivan não conseguiu juntar todas essas peças e o resultado desse desacerto refletiu-se em sua administração. Não teve o melhor desempenho na área administrativa, na área financeira e, principalmente, não atingiu o principal objetivo na área esportiva. Estou certo que qualquer outro presidente, nas mesmas condições que se apresentaram para Ivan, também padeceriam dos mesmos males que assolaram seu mandato.
Esse mal que aflige o CNC, cuja solução reside na união dos esforços de todas as correntes, precisa ser enfrentado, e a referida união de esforços precisa acontecer. O fato de Ivan não ter sido o melhor presidente, não ter brilhado no campo administrativo da mesma forma que foi brilhante no campo de jogo, não o torna responsável por todas as mazelas do clube. Da mesma forma não justifica as ameaças que sofreu, e nem a sistemática desconstrução de sua imagem. Ao renunciar ao mais alto cargo do CNC, Ivan Brondi, mais uma vez, a seu modo, fez aquilo que lhe parecia ser o melhor para nosso clube. Sai da cena o presidente e volta o ídolo Ivan Brondi, reconhecido e amado por todos os alvirrubros.
Pena que não se tenha dado ao presidente, Ivan Brondi, as condições de fazer com a caneta o que fez o ídolo com os pés pelo CNC, mas, saiba que nada nem ninguém apagará seus feitos. Tivéssemos nós mais Ivans em campo, sem dúvida, estaríamos em outras águas.

Texto – Jorge Barbosa – Empresário/Patriota

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